Espaço pedagógico para socialização, interação com alunos, professores, amigos sobre prática da leitura: poesia, contos, fábulas, crônicas, novas tecnologias, metodologia em sala de aula, libras, inovações no ensino, artesanato... Portanto, este blog é educacional, sem fins lucrativos, destina-se ao registro de atividades pedagógicas.
terça-feira, 18 de outubro de 2011
Educação brasileira
O ministro da Educação Fernando Haddad solicitou uma pesquisa
científica sobre o aumento do número de horas do aluno na Escola e sua
correlação com o aumento do Rendimento Escolar. No dia 21 de setembro
(21/09/11) ele apresentou os resultados à imprensa, pois deseja um
Grande Debate sobre o Assunto.
A pesquisa realizada pela Secretaria de Assuntos Estratégicos do
Governo revelou que mais tempo (mais horas) na Escola leva a uma
melhoria dos resultados do aluno na aprendizagem e nas avaliações
(ENEM, SAEB, etc.).
Até aí nenhuma surpresa, pois vários países desenvolvidos têm uma
carga horária anual maior do que a brasileira e têm resultados
melhores. O que vêm a seguir é que é preocupante.
Diante do resultado deste estudo, Ricardo Paes de Barros,
subsecretário que coordenou a pesquisa apontou alternativas (que
seriam, na verdade, Propostas) ao ministro:
Alternativa 1
Alternativa 1 ? O Estudo de Ricardo Paes de Barros mostrou que um bom
professor em sala de aula tem o impacto de 9,6 pontos no Saeb, 20
pontos no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e 68% de melhoria do
desempenho do aluno. Mostrou também que a melhoria dos resultados
acadêmicos pode ser feita com a diminuição das faltas dos alunos e dos
professores durante o ano letivo. Esta proposta implica a) criar
programas de formação e projetos de incentivo aos docentes, para que
mais bem remunerados, preparados e motivados, possam faltar menos e
dar melhores aulas; b) modificar a atual LDB, diminuindo o percentual
máximo permitido de faltas aos alunos (25%); c) Reduzir o número de
faltas, abonos e licenças permitidas por lei aos docentes.
A Alternativa 1 requer modificação na legislação educacional e
investimentos em Salários e em Programas de Formação Continuada para
os Docentes (Formação Profissional, Especialização, Mestrado e
Doutorado).
Alternativa 2
Alternativa 2 ? Paes de Barros aponta que a Diminuição do número de
alunos em Sala potencializa o rendimento de todos, ao permitir que os
Docentes tenham mais tempo para auxiliar os alunos que apresentarem
dificuldades. Nesta proposta: a) estabelecer qual é o número mínimo de
alunos por sala e série; b) ampliar o número de salas e,
consequentemente, de escolas; c) criar incentivos para a carreira
docente, pois mais salas e mais escolas demandarão mais professores
mais bem preparados (hoje, desestimulados, muitos estão deixando a
carreira docente).
A Alternativa 3 demanda investimento em infraestrutura e investimento
no profissional da educação (Salários e Capacitação). Se a carreira
docente for valorizada, atrairá e manterá nela os mais capacitados.
Alternativa 3
Alternativa 3 ? Aumento do número de horas diárias do aluno na Escola.
Essa proposta segue o modelo europeu (período integral) e implica em
alguns investimentos: a) melhorar as cantinas escolares para que
possam servir almoço aos alunos; b)readequação do currículo para que
todo o período de permanência seja bem aproveitado; c) maior número de
salas de aulas (hoje, os alunos do matutino e vespertino utilizam as
mesmas salas); d) readequação e aumento da carga horária dos
professores (o professor receberia o valor das aulas adicionais); e)
aumento dos espaços esportivos e culturais da Escola (necessidades de
uma Escola de Tempo Integral).
Ou seja, a Alternativa 3 requer significativos investimentos em
infraestrutura. Entretanto, o aumento do salário dos professores seria
apenas em função do aumento do trabalho (mais aulas, mais remuneração)
e não de um aumento real no valor da hora/aula. É verdade que a Escola
de Tempo Integral é um modelo seguido na Europa, mas lá o professor
recebe melhores salários (quando comparados com outros profissionais
de formação superior) do que aqui.
Alternativa 4
Alternativa 4 ? Aumento dos dias letivos. Dos atuais 200 para 220 dias
letivos. Sendo subsecretário da Secretaria de Assuntos Estratégicos da
presidência, Paes de Barros julga ser essa a alternativa mais atraente
e interessante ao governo pois praticamente não haverá nenhum custo
para os cofres públicos. Na prática, essa Alternativa levará: a) a um
aumento dos dias letivos em detrimento de sábados e feriados; b)
aumento da jornada de trabalho (em dias) sem o consequente aumento da
remuneração (pois o governo já divide o salário anual em doze meses +
o décimo terceiro); c) diminuição dos dias de recesso e férias
docentes.
A Alternativa 4 não requer do Governo praticamente nenhum investimento
? só uma mudança na Lei. Já para o docente, significa mais dias de
trabalho, mais matéria a ser lecionada e mais avaliações, provas e
trabalhos para corrigir e nenhum aumento ou remuneração adicional.
Para o aluno, mais matéria, mais pressão por resultados e menos dias
livres em casa.
Fique Atento e Pense Corretamente como PROFESSOR
A PIOR alternativa é a que AUMENTA os DIAS LETIVOS em 10% (no total
serão 220 dias de aulas). Ou seja, a Alternativa 4 é a pior.
O Governo tem a intenção, segundo o ministro, de realizar um DEBATE
com a SOCIEDADE para, em seguida, implementar a medida ? aumento para
220 dias letivos.
Veja bem, nenhuma Proposta é perfeita, mas AS outras TRÊS ALTERNATIVAS
são MELHORES do que o aumento dos 220 dias:
Alternativa 1 - Investir na Formação e Salários dos Professores e
Diminuir a permissão para Faltas (docentes e discentes).
Alternativa 2 - Menos alunos por Sala e Professores melhor Preparados
e Melhor Remunerados.
Alternativa 3 - Escola de Tempo Integral (ainda precisa de muitos
ajustes, mas levará o governo à necessidade de INVESTIR muito para sua
implantação).
CUIDADO, Professor
Como mais UMA PROVA de que o Governo não quer INVESTIR em Educação, o
subsecretário da Pasta já está indicando o aumento dos dias como a
MELHOR proposta para o GOVERNO. Isso é ÓBVIO, pois é a única
alternativa que não requer investimentos.
O Governo tentará neste DEBATE jogar a população contra os professores
que se opuserem aos 220 dias (Alternativa 4).
Mas na verdade, NÓS PROFESSORES sabemos que aumentar para 220 dias não
vai mudar em NADA o quadro atual de descaso com que as autoridades
tratam a Educação.
Além disso, a proposta de aumento dos Dias Letivos é a única que não
apresentará nenhuma contrapartida positiva para o DOCENTE.
Há outras PROPOSTAS e ALTERNATIVAS melhores. Diga isso aos seus
colegas e diretores. Diga isso aos seus vizinhos. Diga isso aos seus
ALUNOS, sejam eles do Ensino Fundamental, sejam do MÉDIO, do
Superior, da Pós Graduação, do Mestrado ou do Doutorado.
TODOS OS PROFESSORES DEVEM SE UNIR neste Debate, pedindo ao Governo
que aumente os INVESTIMENTOS na Educação do País.
>
É fato que Todos os Professores Conscientes querem MUDANÇAS na
Educação. Mas queremos MUDANÇAS que realmente façam a DIFERENÇA, que
AUMENTEM a QUALIDADE do Ensino e que FAÇAM o governo Investir naquilo
que é mais precioso ? a Educação de nossas Crianças.
NÃO ACEITE OS 220 DIAS. Os 220 dias serão um ENGODO para que o GOVERNO
não gaste e não invista mais.
Queridos Professores e Professoras da rede Pública e Particular, de
todos os níveis
Sejam conscientes - Repassem este E-mail a todos os Docentes e
Educadores que vocês Conhecem.
Fonte: elilelhis@hotmail.com em 16/10/11
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2 comentários:
Isso é um verdadeiro descaso com a real situação da educação brasileira! É fato, NÃO é aumentando o numero de aulas que garantirá o sucesso escolar, isso só ocorrerá quando diminuir os numero de alunos por salas. Desta forma o prof. terá possibilidade reais de mediações concretas e eficientes para alunos que apresentarem dificuldades. Menor numeros de alunos nas salas e salários dignos!!!
Gisele!
A inovação é começa a partir de menos alunos em sala... da maneira como está, o professor não consegue se quer se posicionar sobre sua própria situação, ele está robotizado!
Obrigada por sua participação!
Laura
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