terça-feira, 2 de julho de 2013

A DISLEXIA NA VIDA ADULTA

A DISLEXIA NA VIDA ADULTA


ELIANE SABEC BARAVIERA *





RESUMO

Apresenta como objetivo geral analisar recursos e métodos que contribuam para identificar a dislexia em alunos adultos que não acompanham o processo de ensino aprendizagem e sucessivamente intervir para que estes consigam o domínio da leitura e escrita. Esta pesquisa exploratória de cunho bibliográfico discute a importância da identificação e do diagnóstico para a pessoa com dislexia; caracteriza o papel da família e da escola para melhoria da qualidade de vida do disléxico e apresenta estratégias para a inclusão social do disléxico. Enfoca a temática da dislexia na vida adulta e mostra as várias formas de dificuldades com as diferentes formas de linguagem, frequentemente incluídos problemas de leitura, em aquisição e capacidade de escrever e soletrar. Conclui que o respeito as limitações estimula as potencialidades do adulto com dislexia, deve fazer parte um ensino mais justo e mais humano que irá gerar maiores oportunidades de crescimento intelectual para estes alunos.



Palavras-chave: Educação. Adulto. Dislexia. Vida. Velocidade. Recursos. Leitura. Escrita.

1 Introdução

           A dislexia há muito tempo vem sendo investigada e discutida, mas ainda hoje está presente nas salas de aula. De acordo com a Associação Nacional de Dislexia (2013), pesquisas indicam que cerca de 10 a 15% da população escolar possui dislexia, o que pode elevar ainda mais os índices do fracasso escolar. A fronteira determinante deste aspecto é frágil e tênue, muito se tem discutido e pesquisado, todavia são apontadas poucas conclusões efetivas e menor parece ser a possibilidade para ações preventivas no universo da aprendizagem do disléxico.
         O aluno com dislexia não aprende do mesmo jeito e na mesma velocidade dos demais colegas de sala, faz se necessário que os educadores busquem informações e recursos que capacitem efetivamente a lidar com seus alunos, tomando para si o desafio de criar metodologias eficientes para facilitar seu trabalho. Cabe a eles a tarefa de analisar recursos e métodos que contribuam para identificar a dislexia em seus alunos adultos que acompanham o processo de ensino aprendizagem e assim sendo intervir para que estes consigam o domínio da leitura e escrita, para tanto descobrir como o professor pode ajudar o aluno com dislexia na idade adulta a superar suas dificuldades de leitura e escrita.
         Esta pesquisa será realizada de acordo com Gil (2007) que classifica as pesquisas no objetivo geral e no delineamento a ser adotado. Este projeto tem como classificação objetivo geral assumir definições da pesquisa exploratória que tem trás como objetivo principal o aprimoramento de ideias, proporcionando maior familiaridade com problema, com vistas a torná-lo   mais explícito. (Gil, 2007, p.41). A presente pesquisa será baseada no planejamento com ênfase nos procedimentos técnicos de dados, sendo que este projeto realizará uma pesquisa bibliográfica.
                        
2 A dislexia

          A dislexia, um transtorno genético e hereditário da linguagem, de origem neurobiológica. A pessoa que apresenta esse defeito congênito não consegue estabelecer uma memória fonética, ou seja, associar os fonemas e letras, a dislexia é caracterizada pela dificuldade de decodificar palavras simples, mostra uma insuficiência no processo fonológico, e essas dificuldades não são superadas pela idade, o disléxico falha no processo de aquisição da linguagem e frequentemente apresenta problemas de leitura, e na capacidade de escrever e soletrar.
            Para Ross (1979), a dislexia trata-se de distúrbios circunscritos que resultam de limitações sensoriais discretos ou de anomalias na organização dinâmica dos circuitos cerebrais. E para complementar esta afirmação, Bender(1972) explica que:

       Relaciona a dislexia a padrões neurológicos imaturos e poucos diferenciados aparecendo as dificuldades perceptivas, distúrbios de imagem corporal, de identificação temporal espacial, de relações com objetos, além de déficits específicos na formação de símbolos envolvendo imagens auditivas, visuais e cinéticas, desorientação na lateralidade e as demais perturbações na área conceitual. Bender (apud NOVAES, 1972, p.62).


           Segundo Fernandes e Penna (2008) os disléxicos apresentam dificuldades em ler e compreender o nome das letras, lidar com o tempo, copiar e concluir atividades, pois é mais lento que os demais alunos da classe.

           Ler uma palavra compreende conhecer o nome das letras, o som dos fonemas, o disléxico tem dificuldades para lidar com o tempo. Seu ritmo para organizar-se, copiar e concluir suas atividades é mais lento que a média da classe. Tem dificuldade para lidar com o espaço, com a própria utilização de material didático, como régua, caderno e livro, ao mesmo tempo. Tem dificuldades com desenho geométrico, mapas, aplicação teórica de conceitos, linguagem subjetiva, simbólica, apresenta disgrafia – fora das pautas, das margens – e, disortografia – omissão ou acréscimo de letras. Enfim, tudo para o disléxico é muito difícil. (Fernandes; Penna, 2008, p. 45).


         Sabe-se que a dislexia não é uma doença, e sim um distúrbio de aprendizagem congênito que interfere de forma significativa na integração dos símbolos linguístico e perceptivos, assim sendo os disléxicos não conseguem reconhecer imediatamente a palavra, e diante disso apresenta uma grande dificuldade na interpretação e compreensão dos textos lidos.
         A dislexia, um transtorno de aprendizagem que acontece muito mais em no sexo masculino do que no sexo feminino, e hoje é um dos grandes obstáculos nas salas de aulas brasileiras que impedem o pleno desenvolvimento da leitura e da escrita dos disléxicos que estão na fase escolar, Mas vale lembrar que nem todos que apresentam dificuldades de leitura e escrita, são disléxicos, em muitos casos a deficiência pode ser da escola.
         Para Almeida (2006) a dislexia distingue em três tipos:

·         DISLEXIA ACÚSTICA: manifesta-se na insuficiência para a diferenciação acústica (sonora ou fonética) dos fonemas e na análise dos mesmos, ocorrendo omissões, distorções, trans posições ou substituições de fonemas. Confundem-se os fonemas por sua semelhança articulatória.
·         DISLEXIA VISUAL: ocorre quando há impressão de coordenação viso especial manifestando-se na confusão de letras com semelhança gráfica. Não temos dúvida que o primeiro procedimento dos pais e educadores, é levar a criança a um médico oftalmologista.
·         DISLEXIA MOTRIZ: evidencia-se na dificuldade para movimento ocular. há uma nítida limitação do campo visual que provoca retrocessos e principalmente intervalos mudos a ler.
        
Há ainda muitos mitos sobre a dislexia que precisão ser abandonados, pois a dislexia não e o resultado de má alfabetização, desatenção, desmotivação, condição sócio econômicas ou baixa inteligência, ela é uma condição hereditária com alterações genéticas, que apresenta alterações no padrão neurológico e deve ser tratada com muita atenção.
          A dislexia também pode ser adquirida, quando uma pessoa sofre um traumatismo craniano, doenças neurológicas graves ou problemas emocionais severos, todos esses problemas também podem causar um grande transtorno na aprendizagem e consequentemente na leitura, mas com causa evidente.
        De acordo com Teles (2004) a dislexia também pode ser identificada em adultos mesmo que este tenha atingido um nível de eficiência.  

 A dislexia pode ser identificada em jovens e adultos mesmo que tenha atingido um determinado nível de eficiência, pois a lentidão e esforço da leitura, a persistência de dificuldades de ortografia são sinalizados do transtorno, Entretanto, se apenas sinais forem identificados, o professor de caracterizar o aluno como disléxico, pois o que merece atenção é a existência de um padrão persistente que acompanha este aluno por um longo período de sua vida. (TELLES 2004, p. 1).
             

2.1 A importância da identificação e do diagnóstico para a pessoa com dislexia.
 O alcance e a gravidade do problema da dislexia adulta variam muito. As principais dificuldades ocorrem em sua maioria na leitura, na escrita, na ortografia, na organização pessoal e numérica.  O grau que os indivíduos são afetados varia de acordo com as dificuldades na soletração e nos problemas de organização, podem ser leves ou podem chegar ao analfabetismo completo.
  Hoje sabe-se que o disléxico acompanhados da infância até a idade adulta, demonstram um quadro de evolução dos sinais da dislexia ao longo da vida, mas essa evolução ocorre porque alguns déficits fonológicos e visuais permanecem, apesar do disléxico ser dotado de inteligência normal ou superior, ele frequentemente desenvolve estratégias que compensam seu processo de aprendizagem e o ajuda a lidar com suas limitações.
   Um adulto inteligente com dificuldade de leitura convive com uma discrepância muito significativa entre seu potencial e seu esforço, e pelos resultados obtidos ao longo de sua vida acadêmica, ele pode sofrer prejuízos em sua formação como um todo, e isso pode trazer sérios comprometimentos em sua vida pessoal, emocional e profissional. Um quadro de dislexia no adulto pode ser identificado por meio de anamnese.
  O adulto disléxico continuará desempenhando uma leitura mais lenta como sintoma principal, que denota uma automatização, mas não suficiente para demanda da sua faixa etária e acadêmica. Apresentará real dificuldade para compreender o conteúdo lido, pois necessita de várias leituras do mesmo texto ou que leiam para ele poder entender o texto.
  A lentidão na leitura decorre do fato de não ter o processo automatizado e por utilizar rotas neurais diferentes do leitor comum, Isso demanda tempo e esforço maior para atingir o mesmo objetivo. Esta compreensão normalmente ocorre pela ineficiência      da leitura oral ou pelos problemas secundários adquiridos pela própria falta de hábito de ler, já na escrita os disléxicos apresentam aquisição do código, mas possui dificuldades para expressar adequadamente por meio desse código. Redigir é uma tarefa árdua, em sobressaem deficiência na utilização da linguagem formal que a vida adulta exige.
  Os testes de linguagem, de leitura e escrita, que são utilizados hoje para avaliação da dislexia nem sempre respeitam a evolução dos sinais indicativos e por isso podem falhar no diagnóstico do adulto, pois a maioria destes testes são para crianças e não para adultos.
          O ensino caracteriza-se por um planejamento frente às exigências naturais de aprendizagem e para que ocorra uma boa aprendizagem em alunos com dislexia, que os professores devem estar atento às manifestações deste transtorno, procurando motivar e auxiliar nas dificuldades, tanto na sala de aula como em atividades extraclasse. De acordo com Bakker (2002), os professores ensino médio e superior devem ser capazes de reconhecer um aluno com dislexia e saber como lidar com ele.
        Feldman (2005) diz que as aprendizagens em sala de aula se formam por um sistema de campos oriundos de alunos e professores, cada um com sua individualidade. Este sistema de ambas as partes e sofre influencias recíprocas, transmitindo afetos e aprendizagens. Se houver uma falta de predisposição para criação de pontes e fronteiras, para a estruturação de um sistema planejado e eficiente que sustente o processo de ensino aprendizagem, poderão ocorrer dificuldades e impossibilidades deste processo ser eficiente.
         Pode-se dizer que dislexia é causa ainda ignorada de evasão escolar em nosso país, e uma das causas do chamado “analfabetismo funcional” que, por permanecer envolta no desconhecimento, na desinformação ou na informação imprecisa, não é considerada como desencadeante de insucessos no aprendizado. Diz Gorman (2003): “Dislexia, antes de qualquer definição, é um jeito de ser e de aprender; reflete a expressão individual de uma mente, muitas vezes arguta e até genial, mas que aprende de maneira diferente”.
            O professor deverá identificar as causas e fundamentar seu trabalho conforme as necessidades dos alunos, considerando o momento emocional e as ansiedades de cada um. Em adultos com dislexia, a desmotivação e conflitos emocionais ocorrem com mais frequência, exigindo do professor um planejamento e um desenvolvimento das aulas de modo diferenciado. (MORAES; VARELA, 2007)
          Hoje a informática pode ser um dos grandes recursos que pode ajudar tanto o aluno disléxico quanto o professor para melhorar o processo de ensino aprendizagem, pois o computador pode auxiliar na leitura, e levar o aluno a procurar imagens que possam ser associadas com que está sendo lido, e obter assim um resultado proveitoso com as matérias com mais estímulo.
        O diagnóstico para o disléxico é muito importante, pois a dislexia trata-se de condição comum, mas muitas vezes não diagnosticada e tratada, pode apresentar repercussões biopsicossociais para os adultos que pode vir interferir no seu desenvolvimento acadêmico e consequentemente na sua qualidade de vida.

3 O papel da família e da escola para melhorar a qualidade de vida do disléxico.
           A atitude da família é muito importante para ajudar no diagnóstico e tratamento do disléxico, pois é por meio destas observações feitas pelos pais que é possível viabilizar um bom tratamento para possibilitar ao disléxico maior desenvolvimento na vida educacional e social.
          A família deve buscar informações que possam ajudar no desempenho de seu filho e ajudar no acompanhamento profissional e escolar. O diagnóstico da dislexia é muito importante para nortear o trabalho do professor e também ajudar na relação familiar do disléxico. A família deve conhecer as leis que ampara o disléxico.
            A criança com dislexia, está amparada na legislação brasileira sobre a égide da Lei 8.069, de 13 de julho de 1990 (ECA), da Lei 9.394/96 (LDB), da Lei 10.172 de 9 de janeiro de 2001 - Plano Nacional de Educação - Capítulo 8 - Da Educação Especial e do Parecer CNE/CEB nº 17/2001 / Resolução CNE/CEB nº 2, de 11 de setembro de 2001.
             Na Lei 8.069, de 13 de julho de 1990 (ECA) - artigo 53, inciso I, II e III
A criança e o adolescente tem direito à educação, visando ao pleno desenvolvimento de sua pessoa, preparo para o exercício da cidadania e qualificação para o trabalho, assegurando-se-lhes: I – igualdade de condições para o acesso e permanência na escola; II – direito de ser respeitado pelos seus educadores; III – direito de contestar critérios avaliativos, podendo recorrer às instâncias escolares superiores.
       Na Lei 9.394/96 (LDB):
Art. 12 - Os estabelecimentos de ensino, respeitadas as normas comuns e as do seu sistema de ensino, terão a incumbência de: I - elaborar e executar sua Proposta Pedagógica; V - prover meios para a recuperação dos alunos de menor rendimento.
Art. 13 - Os docentes incumbir-se-ão de: III, zelar pela aprendizagem dos alunos; IV, estabelecer estratégias de recuperação para os alunos de menor rendimento.
Art. 23 - A educação básica poderá organizar-se em séries anuais, períodos semestrais, ciclos, alternância regular de períodos de estudos, grupos não seriados, com base na idade, na competência e em outros critérios, ou por forma diversa de organização, sempre que o interesse do processo de aprendizagem assim o recomendar.
Art. 24, V, a) avaliação contínua e cumulativa; prevalência dos aspectos qualitativos sobre os quantitativos e dos resultados ao longo do período
Lei 10.172 de 9 de janeiro de 2001 - Plano Nacional de Educação - Capítulo 8 - da Educação Especial:
8.2 - Diretrizes
           A educação especial se destina a pessoas com necessidades especiais no campo da aprendizagem, originadas quer de deficiência física, sensorial, mental ou múltipla, quer de características como de altas habilidades, super dotação ou talentos.
        A escola desempenha papel fundamental no trabalho com alunos que apresentam dificuldades de linguagem e escrita, sendo que na escola, os sinais da dislexia começam a ser percebidos, já que nela, a leitura e a escrita é permanentemente utilizadas e valorizadas. Por isso a comunidade escolar deve ser sempre informada a respeito da dislexia e descobrir maneiras de ajudar o aluno disléxico na escola.
          Segundo Almeida (2006) os pais devem:
·         Ajudar a melhorar a auto estima do aluno e oferecer segurança, carinho, compreensão e elogiar os pequenos acertos.
·         Procurara ajuda profissional para realizar um diagnóstico correto: fonoaudiólogo, psicólogo, neurologista ou psicopedagogo.
·         Ajudá-lo a conhecer sobre o que a dislexia.
·         Encorajá-lo a encontrar coisas em que ele se saia bem.
·         Ajudá-lo a ser organizado.
·         Observar se seu filho(a) está recebendo ajuda na escola, porque isso faz muita diferença na habilidade dele de enfrentar suas dificuldades, de prosperar e de crescer normalmente.
·         Não permitir que os problemas escolares impliquem em mau comportamento ou falta de limites. Pois uma coisa nada tem haver com a outra.

4 Estratégias para a inclusão social do disléxico.
           Os disléxicos podem apresentar dificuldades em outros lugares, mas em nenhum deles se compara à escola. A dislexia sempre esteve presente na escola, mas a escola que conhecemos não está preparada para atender os disléxicos, objetivos, conteúdos, metodologias, organização, funcionamento e avaliação nada têm a ver com ele, e não é por acaso que muitos portadores de dislexia não sobrevivem à escola e são por ela preteridos.
        Por isso a experiência tem demonstrado a necessidade de se manter a comunidade educativa sempre informada sobre a dislexia e assim buscar novas estratégias para o trabalho com o disléxico, pois os adultos disléxicos podem apresentar níveis diferentes de dificuldades de leitura e de escolaridade e graus variados de exigências de leitura no trabalho e também podem existir grandes diferenças no desempenho entre próprios disléxicos.
             De acordo com Associação Brasileira de Dislexia (2013) e estratégias simples podem ser adotadas por um disléxicos adulto para melhorar seu desempenho no dia a dia do trabalho e dos estudos:
-        Usar gravador durante as aulas para não precisar anotar as falas do professor;
-        Aprender a grifar as principais ideias dos textos e anotar as expressões chave de parágrafos e depois elaborar resumos;
-        Fazer uso de dicionário com palavras mais utilizadas no cotidiano que são de difícil memorização;
-        Criar estratégias de memorização por associação de ideias para aumentar a memória breve;
             Essas informações simples podem ajudar o adulto disléxico a experimentar maior qualidade de vida e autoconhecimento sobre suas necessidades e potencialidades a serem desenvolvidas.
            Na era da informática, um dos grandes recursos que tanto o professor quanto o aluno podem aproveitar para melhorar o processo de ensino aprendizagem é o computador, a utilização do computador pode auxiliar na leitura, pois o aluno pode procurar imagens que possam ser associadas com que está lendo, e assim obter um resultado mais proveitoso com materiais co mais de um estímulo. 
            Até o momento o tratamento da dislexia é basicamente o mesmo para crianças e adultos, mas os profissionais estão sempre buscam resolver as necessidades individuais e especiais dos disléxicos adultos por meio do suporte individual e focado na resolução de problemas. E como muitas das necessidades dos adultos são bem diferentes das necessidades das crianças as demandas sobre o tratamento e prognóstico são grande.
          Há um número grande de adultos disléxicos que desistiu dos estudos e enfrenta dificuldades no mercado de trabalho por causa da dislexia. E nestes casos o tratamento da dislexia tem como objetivo favorecer a possibilidade da volta aos estudos, da melhoria das relações interpessoais, da restauração da autoestima, e favorece o fortalecimento das áreas de compensação cerebral. O mais importante e ele saber que não existe idade limite para recuperar o tempo perdido.
           A dislexia tem cura, se o disléxico começar a ler, ele está utilizando o seu cérebro de forma diferente e o fato de que ele venceu o desafio da leitura mostra que a dislexia pode ser tratada. Mesmo que esse processo seja lento e demorado será um grande avanço para o disléxico.

5 Conclusão

           Este trabalho apresenta um estudo que aborda a dislexia na vida adulta. Mostra que é um transtorno genético e hereditário da linguagem, de origem neurobiológica, que a pessoa que apresenta esse defeito congênito não consegue estabelecer uma memória fonética e por isso apresenta problemas de leitura, e na capacidade de escrever e soletrar.
          A importância da identificação e o diagnóstico para pessoa com dislexia é muito importante, pois o alcance e a gravidade do problema da dislexia adulta variam muito, e dessa forma um adulto inteligente com dificuldade  de leitura convive com uma discrepância muito significativa entre seu potencial e seu esforço, e pelos resultados obtidos ao longo da sua vida acadêmica, ele pode sofrer prejuízos em sua formação como um todo e trazer assim sérios comprometimentos para sua vida emocional e profissional.
         Assim sendo cabe a família e a escola melhorar a qualidade de vida do disléxico, e dessa forma buscar informações que possam ajudá-lo em seu desempenho na vida profissional e social, pois é fundamental para o disléxico que todos envolvidos no tratamento se aliem-se para ajudá-lo nesse processo de ensino aprendizagem.
        Por fim apresenta estratégias simples para melhorar a vida dos disléxicos no dia a dia do trabalho e dos estudos, pois por meio de informações simples o adulto disléxico pode experimentar maior qualidade de vida e auto conhecimento sobre suas necessidades e potencialidades as serem desenvolvidas ao longo da sua vida.
Pois respeitar as limitações e estimular as potencialidades de um adulto com dislexia deve fazer parte de um ensino mais justo e mais humano, que com certeza irá gerar maiores oportunidades de crescimento intelectual para estes alunos.
   

DYSLEXIA IN ADULT LIFE

 ABSTRACT

       Features aimed general objective analyzing resources and methods to help identify dyslexia in adults’ students who do not follow the process of teaching and learning so that they successively intervene able mastery of reading and writing. This exploratory nature of literature bibliographic discusses the importance of the identification and diagnosis for people with dyslexia, characterized the role of the family and the school to improve the quality of life of the dyslexic and presents strategies for social inclusion of dyslexic. Focuses the thematic of dyslexia in adulthood and shows the various forms of difficulties with the different forms of language, often including reading problems in acquisition and ability to write and spell. Concludes that the compliance with the limitations stimulates the potential of adult with dyslexia, should be part of an education fairer and more humane that will generate greater opportunities for intellectual growth for these students.

Keywords: Education. Adult. Dyslexia. Life. Speed. Resources. Reading. Writing




Referências:
 Associação Nacional de Dislexia. Em:http://www.andislexia.org.br/hdl6_12.asp. Acesso em: 17 mar. 2013.


ALMEIDA, M.R. Dislexia: Dificuldade na leitura e escrita. Publicado em 2006. Disponível em: Inclusao.brasil@iron.com.br. Acesso em: 17mar. 2013.


BAKKER, D. O Cérebro e a Dislexia. In:  SANSON, J. (Org.). O Choque Linguístico - A Dislexia nas Várias Culturas. Bélgica: Dyslexia International - Tools Technologies, 2002.p.14-21.

BRASIL, Ministério da Educação, Secretária de Educação Fundamental, Parâmetros Curriculares Nacionais.


FERNANDES, R. A.; PENNA, J. S. Contribuições da psicopedagogia na alfabetização dos disléxicos. Revista Terceiro Setor, v. 2, n. 1, 2008.

GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2007.


GORMAN, C. O que é dislexia. 2003. Disponível em: Acesso em: 10/04/13

MORAES, R. C.; VARELA, S. Motivação do aluno durante o Processo de Ensino aprendizagem. Revista Eletrônica de Educação, 2007.


MORAIS,  A. N. P. de. Distúrbios da aprendizagem: uma abordagem psicopedagógica.  12. ed. São Paulo: EDICON, 2006.


ROSS, A. O.  Aspectos psicológicos dos distúrbios da aprendizagem e dificuldade na leitura.  São Paulo: McGraw-Hill do Brasil, 1989.


TELES, P. Dislexia: Como Identificar? Como Intervir? Rev Port clin geral. v. 20, p. 713-30, 2004.




*   Graduada em Letras- Língua Portuguesa e Inglesa pela Faculdade/Universidade Paranaense de Umuarama Pr.(UNIPAR) Pós Graduada em Língua Portuguesa pela Universidade Salgado de Oliveira - UNIVERSO. Pós graduanda em Educação Profissional e de Jovens e Adultos pelo Instituto Paranaense de Ensino e Faculdade de Tecnologia América do Sul. Endereço eletrônico: eliane-sabec@hotmail.com.br.

Um comentário:

Laura Lopes de Paiva disse...

Partilhei com o grupo de Professores no Facebook o Artigo da Professora Eliane Sabec sobre dilexia na vida adulta. Ela apresenta uma teoria somada a sua vivência materna, é mãe de um dislexo, bem sucedido na vida adulta, contudo passou por experiências amargas por falta de conhecimento e diagnóstico desde médicos a educadores. Vale a pena investir tempo nesta preciosidade. Leia! Ah por falar em filhos, a autora é mãe das gêmeas Ana Júlia e Mariana, minhas alunas inteligentíssimas no oitavo de 2012 do Branca da Mota. Parabéns, Professora Eliane!