quinta-feira, 5 de novembro de 2015

Diálogos interdisciplinares na escola- um olhar sobre dados da realidade


 
PACTO NACIONAL PELO FORTALECIMENTO DO ENSINO MÉDIO
Colégio Estadual Marco Antonio Pimenta

Maringá – PR

Professores participantes:

Adelirian Martins Lara Lopes – Biologia

Alessandra Guidolin Campos – Pedagoga

Ana Lúcia Lopes – Sociologia

Elizabete dos Santos Meirelles de Oliveira – Português e Inglês

Francielle Siqueira – Química

Jocel José de Sousa – Geografia

Márcia de Oliveira – Pedagoga

Tatiane Martins Evangelista – Filosofia

Orientador de estudos:

Laura Lopes de Paiva – Português

Formadores Regionais do NRE de Maringá

Alexandre Shuji Suguimoto

Altair Bonini

Supervisores do Regionais do NRE de Maringá:

Marcelo Leandro Garcia

Valkíria Trindade de Almeida Santos

Coordenador Adjunto – UEM

Alessandro Santos da Rocha - UEM

Coordenadora Geral - UEM

Silvia Pereira Gonzaga de Moraes

 

Diálogos interdisciplinares na escola- um olhar sobre dados da realidade

 

Matemática, tão importante quanto perturbadora. Atire a primeira pedra aquele professor que quando jovem não perdeu algumas horas de sono com esta velha senhora. O que há de tão errado com ela que até hoje carrega tantos problemas, de difíceis soluções? Por que não é compreendida? Será tão má?

Nós, enquanto educadores, precisamos ter sempre em mente que a matemática assim como todas as disciplinas possui papel importante na construção/formação integral dos nossos alunos, vai além da sala de aula e dos muros da escola, está relacionado à vida do indivíduo, possibilitando meios para uma compreensão de mundo. Somente quando conseguirmos abrir os olhos dos nossos alunos para esse mundo a ser compreendido é que estaremos iniciando um processo de desconstrução de uma ideia cultural de que a matemática é inacessível, desinteressante e inútil. Mas, para que haja uma ação efetiva, é necessário problematizar e garantir que estes conhecimentos possibilitem sua integração à prática cotidiana do aluno. Deste modo, mais do que ministrar conteúdos, cabe ao professor a tarefa de estimular a reflexão, em lugar de apenas propor exercícios que verifique se os alunos conhecem ou não as técnicas para resolvê-los, visando apenas algo acumulo de conteúdo.

O que observamos atualmente é que os conteúdos trabalhados em sala de aula não condizem com as reais necessidades dos alunos, sendo esses muitas vezes fora do contexto vivenciados por eles. O pensamento matemático por muitas vezes fica limitado apenas às questões numéricas, tais como, a memorização de regras e fórmulas, contudo, se faz necessário promover momentos de reflexão quanto à essa questão, de forma a permitir uma mudança de pensamento por parte dos educadores no momento em que fosse realizada a seleção das atividades propostas ao educando durante o processo de ensino aprendizagem.

Nessa perspectiva, o processo educativo exige mudanças na forma de trabalhar as atividades, criando oportunidades de estímulo ao pensamento crítico. Assim como acorreu em algumas atividades realizadas pela equipe do Pacto. O objetivo é perceber a Matemática e de suas possíveis relações com outras áreas de conhecimentos, visando, assim, uma metodologia acessível e dinâmica, para, com isso, possibilitar aos alunos uma fácil absorção dos conteúdos. Embora, dentro da realidade escolar em que estamos inseridos, esse tipo de proposta enfrenta grande dificuldades, uma vez que o modo em que está organizado o dia a dia de trabalho dos professores das diferentes componentes curriculares cria enormes obstáculos à elaboração desses projetos interdisciplinares, uma vez que falta tempo e oportunidade aos professores de reunirem-se para pensar os projetos e atividades que envolvam mais de um componente curricular. Falta tempo para a aplicação das atividades, pois existe uma série de conteúdos que precisam ser também trabalhados, e toda atividade interdisciplinar ocupa tempo extra, vivenciamos isto nas ultimas atividades aqui realizadas, a organização atual das escolas não nos permite esse modelo de atividade frequentemente. Outro obstáculo é a falta de aperfeiçoamento dos educadores em geral ao trabalhar com o que é novo, é preciso haver capacitações reais, não apenas teóricas, pois não podemos nos esquecer de que as Universidades nos cursos de licenciatura não prepararam os professores para agirem assim em sala de aula, ou seja, precisam reaprender, para isso é precisa nos preparar de fato.

Vale ressaltar que um dos problemas que dificultam a aprendizagem é a falta de clareza sobre qual aluno devemos formar no ensino médio, deixando nas mãos do professor uma decisão difícil, pois são poucas aulas para “dar conta” de aplicar seu conteúdo e também preparar um aluno de forma humana integral. Porém quando falamos de matemática, o que mais se observa como cobrança são os números, resultados nas provas externas, vestibulares e ENEM, provas, aliás, que não levam em conta as diferentes realidades do nosso país no momento em que generaliza a avaliação. Mas uma entre tantas contradições que acaba para o professor resolver em sala de aula.

Essa prática não é culpa exclusiva dos professores. Desta forma, o educador fica numa posição difícil entre mediar o currículo de tal forma que o aluno tenha oportunidade de ingressar no Ensino Superior e ao mesmo tempo seja capaz de tomar decisões políticas, sociais e ambientais.  É preciso que escola e as instituições responsáveis pela administração e pedagógico, revejam seus papeis e busquem meios que levem o aluno a desenvolver um espírito crítico, capacidade de argumentação e criatividade favorecendo a formulação de questionamentos, os quais possam levá-los a encontrar respostas para tais. Para tanto, é preciso que a escola disponha de recursos pedagógicos que permitam aulas mais atrativas, de maneira que levem os alunos, de maneira espontânea e solidária, ao entendimento do seu papel como cidadão crítico e consciente de seus direitos e deveres na sociedade que vive em constante processo de evolução.

Em relação à construção de um projeto, como solicitado no caderno, nosso grupo encontrou um grande obstáculo, não temos representantes na área propriamente da matemática, contamos com a participação de uma professora que leciona química e física e de outra que leciona biologia, ambas, neste momento, atuando em outras escolas, que contribuíram significativamente com o projeto, pois, não tivemos o apoio dos docentes da área nesta escola. Outrossim, em momentos de conversa com os demais professores, não participantes do pacto, mas sempre a par dos acontecimentos e ações do nosso grupo,  os mesmos não demostraram interesse em colaborar com as atividades propostas pelo pacto, então pensamos em ações voltada para a questão cidadã, como exemplo o trânsito. O projeto foi pensado visando a realidade da escola, proximidade com avenidas muito movimentadas da cidade, e como consequência um frequente número de acidentes de trânsito. O projeto de intervenção que propomos é a estimativa do numero de infrações de transito no entorno da escola, bem como, do consumo de bebidas alcoólicas entre os motoristas infratores.

Neste trabalho poderemos envolver praticamente todas as disciplinas do ensino médio. A matemática ficaria com a criação e elaboração de dados para a confecção de tabelas e gráficos, a geografia poderia estudar as regiões produtoras de bebidas alcoólicas e mapeá-las, a química poderia estudar os produtos químicos contidos nas bebidas, a física, como o álcool afeta os reflexos de cada um, a biologia os problemas de saúde causados pelas bebidas alcoólicas, sociologia as consequências do álcool para a sociedade, dentre outras possibilidades. Esse trabalho poderá ser realizado através da divisão da classe em grupos, elaboração de um questionário de pesquisa previamente elaborado pelos professores e alunos e aplicado juntos aos mesmos. Outra ideia é a utilização de aplicativos de celulares buscando os melhores caminhos para chegar a escola em horários de pico. Para isso, poderia ser realizada uma pesquisa na internet, revistas e jornais sobre esse tema. Elaboração de tabelas, gráficos e cartazes explicativos e exposição dos mesmos na escola para conhecimento de todos. Convidar um especialista para trabalhar através de uma palestra com os alunos, como fechamento da atividade proposta.

O projeto realizado com os alunos do primeiro ano do ensino médio,  iniciar-se-ia com o levantamento de informações sobre os acidentes ocorridos nos últimos 10 anos nos bairros próximos a escola. Os dados a serem pesquisados serão:

·         Gravidade do acidente e horário em que eles ocorreram;

·          Idade dos motoristas envolvidos;

·          Vitimas fatais; e,

·         Principais causas dos acidentes.

 

Não podemos esquecer, a grande capacidade criativa, e as ricas relações com o entorno, com os diferentes interlocutores e com a própria vida. Como atividade final, produzirem um mural com gráficos apresentando resultado o resultado dos dados pesquisados e também com ações proposta para evitar ações como as pesquisadas e relatadas nas estatísticas dos alunos.

 

Fonte: http://www.emdialogo.uff.br/node/3458#comment-10758

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